O Bolo Victoria é uma preparação clássica da Confeitaria Inglesa cujo nome faz menção à Rainha Victoria I (para saber mais sobre a história deste bolo, clique aqui). Provavelmente
foi o que deu origem à receita daquele bolo comum que todos costumamos fazer em
casa, que eu gosto de chamar de “Bolo da vovó”. Ambos são feitos da mesma
maneira: através do método cremoso (ou crémage, em francês) com a diferença que
o Bolo Victoria não leva leite na formulação. Este método consiste basicamente
em começar a preparação batendo a gordura da receita com o açúcar até formar um
creme claro e mais leve. Esta etapa de batimento incorpora micro bolhas de ar
na massa, conferindo mais leveza e melhorando a textura do bolo final.
Como
podem reparar nas receitas abaixo, os bolos possuem quase todos os ingredientes
iguais. O que muda de fato é o balanceamento entre eles. O Bolo Victoria contém
bem menos farinha, pois a quantidade de líquidos também é menor, porém tem um
ovo a mais, resultando num bolo mais estruturado. Já o outro leva mais farinha
para compensar a grande quantidade de leite, além de ter mais açúcar,
resultando num bolo mais úmido, frágil, mais doce e com superfície mais escura
depois de assado.Vamos a elas:
Bolo simples da vovó
200 g de margarina ou manteiga
360 g de açúcar
3 ovos
360 g de farinha de trigo peneirada
240 ml de leite
15 g de fermento em pó químico (1 colher de sopa)
5 ml de essência de baunilha (1 colher de chá) (opcional) –
não vou falar da fava porque minha avó nem conhecia fava de baunilha na época
que me ensinou a fazer bolo, rs! (Te amo, vó!)
Untar e enfarinhar duas formas redondas de 25 cm de diâmetro
e 5 cm de altura;
Preaquecer o forno em 180ºC;
Bater a manteiga ou margarina com o açúcar e os ovos até
formar um creme claro e fofo;
Juntar 1/3 da farinha (120 g = 1 xícara), e metade do leite
ao creme;
Misturar, sem bater, até homogeneizar;
Juntar mais 1/3 de farinha e o restante do leite até
homogeneizar;
Finalizar com o restante da farinha, o fermento e a baunilha
(caso use);
Dividir a massa nas formas e levar para assar até que o
centro esteja totalmente assado;
Deixar esfriar sobre uma grade de metal e desenformar frio.
Bolo Victoria
225 g de manteiga ou margarina
225 g de açúcar
4 ovos
225 g de farinha de trigo peneirada
15 g de fermento em pó químico (1 colher de sopa)
5 ml de essência de baunilha (1 colher de chá) ou sementes
de ½ fava de baunilha (opcional)
Untar e enfarinhar duas formas redondas de 20 cm de diâmetro
e 5 cm de altura;
Preaquecer o forno em 180ºC;
Bater a manteiga ou margarina com o açúcar até formar um creme
claro e fofo;
Acrescentar 3 dos ovos, um a um, batendo bem a cada adição;
Antes de acrescentar o último ovo, junte cerca de três
colheres de sopa de farinha para evitar que a mistura talhe ao adicioná-lo;
Juntar o restante da farinha misturada com o fermento,
misturando com uma espátula, mas sem bater (o batimento neste estágio pode
deixar a massa pesada!);
Aromatizar com a baunilha;
Dividir a massa igualmente nas duas formas e levar para
assar até que o centro esteja assado;
Deixar esfriar sobre uma grade de metal e desenformar frio.
Obs 1.: A margarina tem o efeito de deixar a massa mais leve
por conter, geralmente, agentes aerantes. Por outro lado, a manteiga confere
melhor sabor e um pouco mais de umidade;
Obs 2.: Nesta receita acrescentei 60 g de
farinha de amêndoas.
Uma
maneira também tradicional de utilizar o Bolo Victoria é juntar as duas camadas do bolo com geleia de morangos e chantilly ou buttercream e polvilhar com açúcar, o que chamamos de “Sanduíche Victoria”. Pode-se
umedecer o bolo com uma calda de açúcar aromatizada, se desejar, mas a geleia já confere umidade o suficiente, na minha
opinião. Usei apenas geleia de framboesa sem açúcar, que casou muito bem com o bolo de
amêndoas e baunilha. Aí vão algumas fotos do preparo e resultado, decorando com algumas frutas.